domingo, 1 de junho de 2008

Lesões Articulares, Musculares e Ósseas

Lesões Articulares

- Entorse

Rotura ou torção dos ligamentos que reforçam uma articulação, provocada por um repuxamento violento ou movimento forçado a esse nível.


Sinais e Sintomas

o Dor forte, no momento do acidente, que aumenta com o movimento;
o Edema (inchaço) na região articular;
o Equimose (“nódoa negra”), em alguns casos.


Primeiro Socorro

o Instalar a vítima em posição confortável;
o Fazer aplicações frias no local;
o Conferir apoio à articulação, envolvendo-a em camada espessa de algodão que se fixa com uma ligadura;
o Em caso de dúvida, imobilizar a articulação como se de uma fractura se tratasse e promover transporte ao hospital.


- Luxação

Perda de contacto das superfícies articulares por deslocação dos ossos que formam uma articulação, o que acontece quando esta sofre uma violência directa ou indirecta.
Sinais e Sintomas

o Dor violenta;
o Impotência funcional;
o Deformação;
o Edema.


Primeiro Socorro

o Instalar a vítima em posição confortável;
o Imobilizar sem fazer qualquer redução;
o Prevenir/combater o choque;
o Promover o transporte ao hospital.



Lesões Musculares

- Distensão

Rotura das fibras que compõem os músculos, resultante de um esforço para além da sua resistência (ex: levantar pesos).

Sinais e Sintomas

o Dor local de instalação súbita;
o Rigidez muscular;
o Edema.


Primeiro Socorro

o Instalar a vítima em posição confortável;
o Se o acidente é recente, fazer aplicações frias;
o Repouso absoluto do músculo, mantendo-o imóvel;
o Se houver dúvidas sobre o estado da vítima promover o transporte ao hospital.

- Cãibra

Contracção sustentada, involuntária e dolorosa de um músculo ou de um conjunto de músculos, provocada por situações de fadiga muscular, sudação abundante ou qualquer outra situação que provoque desidratação.

Sinais e Sintomas

o Dor local de instalação súbita;
o Rigidez muscular;
o Edema.


Primeiro Socorro


o Distender os músculos afectados forçando o seu relaxamento;
o Massajar suavemente o local;
o Aplicar, localmente e de forma indirecta, calor.


Lesões Ósseas

- Fracturas
Podem apresentar-se como:

Fechadasquando não existe ferida no foco de fractura (zona onde se dá a fractura);

Abertas ou expostassempre que há ferida e visualização do foco de fractura.

Causas

- Violência directa
O osso fractura no ponto onde se deu a pancada.

- Violência indirecta
A lesão encontra-se localizada a alguma distância do ponto aonde foi aplicada a força.

Complicações

o Choque;
o Hemorragia;
o Ferida;
o Infecção.

Sinais e Sintomas

o Dor no local;
o Edema;
o Deformação;
o Encurtamento do membro;
o Impotência funcional ou perda de função;
o Mobilidade anormal;
o Crepitação óssea.


Primeiro Socorro

o Instalar a vítima em posição de conforto, sem lhe fazer grandes movimentos e deslocações;
o Expor o foco da fractura, cortando a roupa que o envolve (ou retirando o calçado em situações de suspeita de fractura da perna e/ou pé);
o Retirar adornos;
o Combater as complicações;
o Prevenir o choque;
o Controlar hemorragias por compressão manual indirecta;
o Cobrir com compressas as feridas;
o Lidar com os topos ósseos visíveis como se fossem corpos estranhos encravados, protegendo-os;
o Proceder à imobilização, tendo o cuidado de:
· Não modificar a posição;
· Imobilizar as articulações acima e abaixo do foco de fractura;
· Não fazer redução da fractura;
· As talas a aplicar devem estar almofadadas ou protegidas e não devem impedir a circulação local.





Traumatismos


- Traumatismo crânio - encefálico

Estes traumatismos podem ser graves e mesmo mortais se a zona atingida for uma zona vital. Outro problema que estes TCE apresentam é que a sintomatologia pode não se revelar de imediato. Convêm por isso uma vigilância apertada e encaminhamento para uma Unidade de Saúde.

Sinais e Sintomas
Alteração da consciência;
Diminuição de lucidez;
Alterações de equilíbrio;
Sonolência;
Dores de cabeça;
Náuseas e vómitos;
Hemorragias externas no couro cabeludo;
Hemorragias internas com exteriorização pelo ouvido e nariz;
Perda de líquido céfalo-raquidiano;
Diferença no diâmetro das pupilas;
Alterações de sensibilidade;
Perda de mobilidade num dos lados do corpo;
Máscara equimótica.


Primeiro Socorro
Expor a zona;
Fazer um Exame Geral da Vítima e uma avaliação do estado de consciência;
Aplicar colar cervical improvisado;
Se houver ferida fazer penso e cobertura;
Se houver fractura proteger a zona com rodilha;
Se existir hemorragia pelo nariz ou ouvido NÃO controlar;
Colocar a vítima consciente sentada e recostada;
Colocar a vítima inconsciente em PLS com o lado da lesão virado para cima;
Aguardar a chegada da ambulância.




- Traumatismo Facial
Estes traumatismos normalmente envolvem algum aparato em virtude da face ser uma zona bastante irrigada e desprotegida o que provoca bastantes hemorragias, feridas na boca e nariz e edemas na zona. Uma das situações mais gaves e preocupação imediata é a obstrução das vias aéreas superiores.

Sinais e Sintomas
Hemorragias;
Feridas;
Fracturas dos ossos da face;
Lesão dos olhos;
Sinais de asfixia.

Primeiro Socorro
Libertação das vias aéreas;
Colocação de colar cervical;
Em caso de lesão nos olhos fazer penso oclusivo;
Vigiar funções vitais;
Aguardar a chegada da ambulância.



- Traumatismo Vértebro - Medular
Estes traumatismos podem levar à compressão ou corte dos ramos da espinal medula ou mesmo do tronco principal sendo este ultimo o caso mais grave. Mesmo que não surjam sinais e sintomas, em caso de, pelo tipo de acidente existir alguma suspeita de lesão, é-lhe aplicado o primeiro socorro.

Sinais e Sintomas
Existência de dor local;
Perda de força;
Formigueiro ou perda de sensibilidade;
Dificuldade ou incapacidade de efectuar movimentos.

Primeiro Socorro
Imobilidade absoluta da vítima;
Colocar colar cervical;
Vigiar funções vitais;
Manter a temperatura corporal.



- Traumatismo Torácico
Neste tipo de traumatismo podem incluir-se desde as feridas superficiais das paredes do tórax, fracturas simples de costelas até à fractura do externo, lesões dos pulmões e situações mais graves que podem levar mesmo à paragem ventilatória e cardíaca.

Sinais e Sintomas
Dor local;
Ventilação rápida e superficial;
Sinais de hemorragias, fracturas e choque
.

Primeiro Socorro
Num traumatismo da parede do tórax fazer penso e cobertura;
Se existir retalho costal móvel, imobilizar com gravatas;
o Se traumatismo aberto, tamponar e imepermeabilizar deixando o bordo inferior livre;
o Colocar a vítima confortavelmente se consciente, PLS quando inconsciente tendo o cuidado de colocar o lado atingido para baixo (libertando o lado não atingido).



- Traumatismo abdominal
Existe uma multiplicidade de lesões a nível abdominal devido à exposição desta zona. Pode acontecer fracturas dos ossos da bacia, rotura de orgãos ocos, maciços, rotura do diafragma, etc.

Sinais e Sintomas
Dor localizada;
Contractura muscular;
Sinais e sintomas de choque, hemorragia e mesmo asfixia
.

Primeiro Socorro
Vigiar funções vitais e prevenir choque;
Se ferida superficial, fazer penso e cobertura;
Se existir suspeita de fractura da bacia, imobilidade total;
Se traumatismo aberto aplicar penso e cobertura;
o Se consciente colocar a vítima numa posição confortável, se inconsciente e o tipo de lesão o permitir, PLS.


- Traumatismo das extremidades

Por amputação:
Existe a separação de um membro ou parte do resto do corpo, podendo ser por corte, arrancamento ou esmagamento provocando a destruição de tecidos.

Sinais e Sintomas
Hemorragias;
Choque.


Primeiro Socorro
Controle da hemorragia e protecção da zona;
o Colocar a parte amputada dentro de um saco limpo e depois colocar esse saco noutro que contenha gelo.
Por esmagamento
Existe uma pressão exercida sobre um membro ou outra região do corpo que impede a circulação. Desta pressão podem resultar ainda lesões nos tecidos moles e fracturas.
Sinais e Sintomas
Feridas;
Fracturas;
Choque;
o Devido à libertação de substâncias tóxicas nas áreas esmagadas há provável compromisso funcional dos ins, podendo provocar uma nsuficiência renal aguda.
Primeiro Socorro
Vigiar funções vitais;
Controlar hemorragias;
Imobilizar fracturas;
o Aplicação de um garrote venoso antes da área atingida e proceder ao alívio da pressão movendo o menos possível esta área;
o Recolher alguma informação acerca da duração do esmagamento.





Afogamento

O termo afogamento significa paragem cardio-respiratória num fluido, geralmente a água. A consequência primária da submersão é paragem ventilatória. A paragem cardíaca é secundária. A circulação cerebral pode ser preservada durante algum tempo, em particular nas crianças. As manobras de reanimação podem ser bem sucedidas mesmo após longos períodos de emersão, em particular se esta correu em água fria, pois ao afogamento associa-se muitas vezes a hipotermia (temperatura central do organismo inferior a 35ºC). Em suporte básico não é relevante a diferença entre água doce ou salgada.
As manobras básicas de reanimação são de difícil execução em águas profundas, mas logo que o socorrista tenha um ponto de apoio, deve tentar ventilar com ar expirado, utilizando nesse caso, de modo preferencial, um método Boca/Nariz. Logo que em terra firme a via aérea deve ser permeabilizada com o dedo indicador.
Por espasmo da laringe, cerca de 10% dos casos não paresentam qualquer fluido na via aérea.
Ter em atenção que as vítimas de afogamento têm muitas vezes hipotermia e bradicardia (frequência cardíaca abaixo do normal) sendo necessário mais tempo que os 10s para localizar e determinar a presença ou ausência de sinais de circulação.
A compressão cardíaca é efectuada nos moldes já descritos. Os métodos devem ser mantidos durante mais tempo porque a hipotermia e a bradicardia podem exigir manobras de RCP com duração superior a 30min.

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